Turismo como Alternativa para a Conservação da Mata Atlântica

By 22 de maio de 2024VRS em Pauta

A Mata Atlântica, apesar de ser menos conhecida internacionalmente que a Amazônia, é um patrimônio ecológico, econômico e cultural do Brasil de enorme potencial turístico, mas que sofre com o desconhecimento e desvalorização. Neste texto, exploraremos por que o turismo pode desempenhar um papel crucial na conservação desta floresta exuberante e diversificada.

Riqueza Biológica e Turismo Sustentável

A Mata Atlântica é reconhecida por sua riqueza biológica, abrigando inúmeras espécies vegetais e animais, muitas das quais são exclusivas desse bioma. Esta biodiversidade não apenas encanta os visitantes com sua beleza única, mas também oferece um vasto campo para pesquisa e descoberta de novos alimentos, sabores e compostos medicinais.

Ao contrário da Amazônia, a Mata Atlântica está estrategicamente localizada próxima a grandes centros urbanos como Curitiba, São Paulo e Rio de Janeiro. Essa proximidade aumenta a interação e a demanda por atenção da sociedade e das autoridades, criando um ambiente propício para a promoção do turismo como uma ferramenta de conservação.

Desafios e Oportunidades

No entanto, a Mata Atlântica enfrenta sérios desafios, tendo perdido cerca de 85% de sua cobertura original devido ao desmatamento intenso para agricultura, pecuária e urbanização. A fragmentação da floresta representa uma ameaça à sobrevivência de muitas espécies e à integridade dos ecossistemas.

Apesar desses desafios, o turismo ambiental e a conscientização sobre a importância da floresta oferecem oportunidades significativas para impulsionar o ecoturismo na região. Com uma infinidade de trilhas, parques nacionais e reservas ecológicas, a Mata Atlântica oferece um ambiente propício para o turismo responsável, seja de aventuras ou de conexão com a natureza.

Incentivos para Conservação

A promoção do ecoturismo pode não apenas gerar renda para as comunidades locais, mas também criar incentivos econômicos para proprietários de terras que optam por preservar áreas de Mata Atlântica em suas propriedades. Além disso, campanhas publicitárias e a divulgação de rotas turísticas bem planejadas podem facilitar o acesso a informações sobre a biodiversidade da Mata Atlântica e orientar visitantes acerca dos serviços ecossistêmicos que ela fornece.

Uma Abordagem Integrada

Para garantir a preservação desse valioso bioma, é essencial adotar uma abordagem integrada que una turismo e práticas agrícolas responsáveis aliadas à conservação ambiental. Simultaneamente, devemos incentivar práticas agrícolas que não dependam do desmatamento desenfreado da região e que se beneficiem da interação entre maior variedade de espécies, da preservação do solo, de manutenção da cobertura vegetal e de melhor uso da água.

Em suma, o turismo pode ser uma solução viável para a conservação da Mata Atlântica, desde que seja realizado de maneira sustentável e integrada à proteção ambiental. Ao fazer isso, não apenas preservamos a biodiversidade única dessa floresta, mas também garantimos benefícios duradouros para as comunidades locais e para o país como um todo.

Rota Coração da Mata Atlântica

Neste sentido, a Invest Paraná tomou a iniciativa de promover o turismo responsável, enaltecer as belezas da Mata Atlântica presente no litoral Paranaense e desenvolver seus respectivos empreendimentos turísticos. A iniciativa vem em resposta ao diagnóstico realizado pelo VRS Mata Atlântica, que atuou nos municípios de Antonina, Morretes e Guaraqueçaba de 2022 a 2023. Assim, surgiu a campanha promocional em parceria com o Airbnb “Rota Coração da Mata Atlântica: Segredos do Paraná” que criou uma rota ilustrada na página do projeto Rotas Airbnb Brasil e, paralelamente, o “Programa de Incubação Rota Coração da Mata Atlântica”, que preparará os empreendimentos locais para um novo fluxo de visitantes, integrando o turismo à oferta de produtos regionais (em especial, aos produtos ligados às cadeias de valor da banana, pupunha, mandioca e frutos sazonais, como o fruto da palmeira juçara) e capacitando-os nos temas de gestão, finanças, marketing e sustentabilidade para o turismo, ao passo que posiciona a região como um destino de natureza e preservação.